domingo, 29 de maio de 2011

Poluição atinge 90% dos rios do Oeste de Santa Catarina

Problemas são decorrentes de erosão, agrotóxicos e pela falta de tratamento de esgoto

Pelo menos 90% dos rios do Oeste estão contaminados com coliformes totais e fecais, causados por matéria orgânica. A avaliação é do pesquisador da Epagri de Chapecó, Ivan Baldissera, que monitora seis microbacias. A poluição é decorrente de erosão, dejetos animais, agrotóxicos, atividades industriais e esgoto.

O monitoramento do rio Uruguai e oito afluentes, realizado pela Foz do Chapecó Energia e a Epagri, indicou que o principal problema da água neste rio, é o alto teor de fósforo, que atinge 3,1 a 3,2 miligramas por litro, quando o aceitável seria de 0,025.

Segundo o coordenador do estudo, Ivan Baldissera, o excesso de fósforo é provocado pela contaminação de fertilizantes e agrotóxicos utilizados nas lavouras, além dos dejetos animais. O excesso de fósforo propicia a proliferação de algas e pode causar problemas na oxigenação da água, o que pode levar a morte de peixes.

A coordenadora do grupo de estudos ambientais da Bacia do Rio Uruguai e professora da Unochapecó, Gilza Maria Franco, também encontrou alta concentração de fósforo nos rios monitorados pela equipe. "Em alguns, o teor chega a ser dez vezes superior ao previsto pela legislação", afirma. Ela cita como mais problemáticos os rios Xaxim, Taquaruçu, Lajeado São José e Passo dos Índios.

Para o policial militar Jomar Ubiali, na região do Alto Uruguai catarinense o rio dos Queimados é um dos mais agredidos pela poluição industrial e esgoto doméstico. Já o rio Fragosos sofre com os dejetos suínos. O rio Engano é outro que tem o mesmo problema.

O pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) em Concórdia, Cláudio Miranda, citou as bacias do rio Jacutinga, Fragosos e Ariranha como as mais problemáticas. No entanto, ele considera que houve um avanço nos últimos anos. "Aquela poluição grosseira de lançar dejeto direto no rio é coisa rara", diz. Mesmo assim, os dejetos suínos continuam sendo um dos principais vilões. Isso porque se o material lançado nas lavouras não tiver o manejo adequado, poderá contaminar os rios.

O pesquisador e coordenador do Núcleo Temático de Meio Ambiente da Embrapa, Airton Kunz, também considera que houve melhora nos últimos dez anos. Ele lembrou que há pouco tempo havia descargas diárias de dejetos nos rios. "Isso ainda acontece em casos isolados, mas é cada vez menos comum", conta. Prova disso é que o 8º Pelotão de Polícia Ambiental de Chapecó atendeu dez ocorrências de poluição de rios por dejetos suínos no ano passado e, em 2008, apenas uma.

Os policiais ambientais Valdemar Michelon e Sidnei Ranz informam que na bacia do Lajeado São José várias criações foram fechadas nos últimos anos e outras estão diminuindo a produção. Eles revelam que o principal problema são os resíduos industriais, o lixo e o esgoto doméstico.

Apesar da melhora, o pesquisador da Embrapa Airton Kunz aponta que ainda existem problemas sérios. A criação de aves e suínos está concentrando e aumentando. Isso cria a necessidade de gerenciar melhor os dejetos em função do volume. Com a concentração há um excesso de esterco para a área existente que, com a chuva, acaba sendo arrastado para dentro dos rios. "Muitas vezes isso não é percebido", revela.

Kunz disse que a alta concentração de nutrientes nos rios acaba propiciando a proliferação de algas. Isso é percebido em lagos como o da hidrelétrica de Itá, onde em determinados períodos há problemas com o aumento da população de algas, que interfere na qualidade da água. "Isso causa um deterioração dos recursos hídricos", afirma.

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